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Qual é a avaliação que você faz de si mesmo? Boa ou ruim? Pense bem, pois existem algumas regras no Universo. Se você se considera um lixo, será tratado como tal, afinal, o mundo em que você vive foi construído por você e estará atraindo todos os componentes que vibram nessa mesma frequência, ou seja, o mundo irá tratá-lo da mesma forma que você estiver se tratando, pois você é o único responsável por suas crenças, por suas escolhas e pelas sintonias que estabelece.
Se já vivemos em um terreno inóspito, de muitos altos e baixos, se temos que matar um leão, todos os dias, para encontrarmos uma segurança financeira, se precisamos estar equilibrados em sociedades cada vez mais fragmentadas e se é imperativo conquistarmos a harmonia nos relacionamentos familiares, profissionais, etc., nosso fardo já não é bastante pesado? Por que insistimos em piorar as coisas com pensamentos tão equivocados e nos depreciamos tanto?
São perguntas que precisam de um certo grau de consciência para serem respondidas. Procuramos a resposta olhando para o mundo que nos cerca, sem perceber que este é um problema de foro íntimo, que a resposta não está do lado de fora, pelo contrário, está dentro, somos nós que problematizamos tudo.
O mundo é apenas um espelho que reflete a nossa imaturidade emocional. Cada ser humano cria a sua própria psicosfera e vive dentro do ambiente que cria. Somos obrigados a viver na casa que projetamos e construímos com nossas experiências e convivendo com as mazelas emocionais e psíquicas que estão vivas em nosso mundo interior, graças a importância que estivermos dado aos acontecimentos vividos.
Cada pessoa elabora um “software” pessoal a partir dos eventos difíceis e importantes de sua existência. O lado triste da história é que na grande maioria dos indivíduos, esse programa encontra-se desatualizado e para piorar, o ser humano reluta em renovar-se, resiste com todas as suas forças em promover mudanças, pois prefere sofrer do que “largar o osso” dos valores e modelos que criaram zonas confortáveis em sua existência, zonas das quais resiste em deixar.
O Universo trabalha para que deixemos de acionar os mesmos comandos anacrônicos, ultrapassados e desatualizados que nos orientam; programas que foram elaborados com velhas crenças, que estão há muito tempo ancorados em nosso inconsciente, criando comportamentos, por força das tradições e modelos que se ajustaram de forma perfeita em nós.
Todas as inclinações negativas que trazemos possuem raízes emocionais profundas, ligadas aos eventos traumáticos do passado e são regidas pela estrutura da própria mente, não formam nenhuma espécie de entidade a parte em nosso ser, pois são passivas; se mantém atuantes graças às nossas concessões. Tudo que existe de ruim em nosso ser está contando com toda a aprovação.
Esse tipo de atitude só nos faz sofrer e é comum empurramos os problemas para debaixo do tapete, simplesmente por não temos recursos emocionais e cognitivos à altura deles. Infelizmente achamos que estamos agindo da forma correta.
Estejam certos que essa sujeira continuará lá embaixo. Enquanto não nos conscientizarmos disso teremos que conviver em ressonância com aquilo que foi escondido. Os medos, os anseios, as preocupações, os remorsos, etc., são apenas o efeito provocado por essas energias recalcadas, simplesmente porque elas não deixarão de existir pelo fato de não termos tido estrutura emocional para enfrentá-las.
É preciso combater o “bom combate“ em si mesmo e a arma mais poderosa, simplesmente um presente dos deuses, é o auto perdão! Achar-se merecedor de castigos e punições nos leva a seguir criando mecanismos autopunitivos através, principalmente, de processos de auto sabotagem.
Quem é esse juiz que está o tempo todo falando contigo, ao pé do ouvido? Simplesmente, você mesmo! Quem é esse padre, pastor ou autoridade religiosa que lhe enche de culpas e remorsos? Ah… vai dizer que você não sabe? Então, você precisa se conhecer. É você, meu amigo, só existe você nesse ambiente de sofrimento e angústia criado.
Os complexos freudianos, junguianos, não são nada mais do que memórias turbinadas de elementos afetivos que trazemos, ou seja, experiência que guardam remanescentes de ódio, raiva, indignação, medo e assim por diante. Para ser mais claro ainda, são personagens nossos do passado que ainda não foram embora por estarem portando combustíveis emocionais. Enquanto residirem nesse condomínio do nosso inconsciente, estarão nos influenciando, quase sempre, de forma negativa.
Culpar espíritos obsessores é fácil, na verdade, é uma forma de não enfrentar o problema. É comum criarmos esse mecanismo de fuga, faz parte do vitimismo de cada um.
Oh, meu Deus, sou um pobre coitado sofrendo com influências espirituais!
Acorde! Não tem espírito nenhum do seu lado. Eles não são loucos! O problema é você. Os espíritos têm até medo de estarem ao seu lado. Você poderia até fazer mal a eles, sua energia é altamente corrosiva; se você já faz o trabalho pesado e sujo de destruir-se, por que pensa que eles perderiam tempo contigo?
Você pode argumentar: “Espera aí… quer dizer que não existem obsessores?”
Claro que sim, não podemos negar, mas eles vão acionar e potencializar os pontos fracos que você já possui, aqueles conceitos negativos de si mesmo que foram construídos de forma deliberada; que são simplesmente fruto da avaliação distorcida do seu próprio ser. O Grande Arquiteto do Universo quis assim: permite que eles o atormentem, é uma forma de fazê-lo acordar, crescer e deixar de ser esse ‘coitadinho’ que você insiste em conservar como o personagem sofrido no drama da própria existência.
Para fazer a viagem de volta, deixar de fugir da própria sombra, reconectar-se com a sua Essência, será preciso arrumar todas essas malas, depois de arrumá-las, simplesmente, abandoná-las. É o princípio do desapego, acredite, o Reino de Deus, o Shangri-lá, a Casa do Pai, o Satori, o Nirvana, o Samadhi, enfim, qualquer que seja o nome que você queira dar à sua autorrealização, é um lugar que para ser alcançado será necessário estar nu.
Espero que você entenda a necessidade de fazer as pazes consigo, aprovar-se, compreender-se, perdoar-se, permitir-se, até conseguir as “vestes nupciais” adequadas para participar do Grande Banquete que o espera.